domingo, 15 de dezembro de 2019

Jean- Baptiste Debret
Jean- Baptiste Debret nasceu em 18 de abril de 1768 e foi um grande desenhista, pintor, gravador e professor francês. Junto com outros membros, ele integrou a Missão Artística Francesa ao Brasil, organizado por Dom João VI, e seu trabalho consistia em relatar o cotidiano no Brasil e também sua fauna e flora. Ele chegou ao Brasil em março de 1816 e permaneceu ate 1831. 
Essa convocação de artistas para o Brasil ocorreu porque naquela época o país estava em formação e precisavam de pessoas que ensinassem arte e também fundar a Academia Imperial de Belas Artes em terras brasileiras. Em suas diversas obras, Debret deixou registrado o contexto de famílias naquela sociedade patriarcal e os diferentes abusos sofridos pelos escravos no Brasil colonial, retratando com o máximo de detalhes e fidelidade essas cenas ocorridas no cotidiano. Nessas obras podemos ver a visão que Debret tinha perante o Brasil, algumas agradáveis e outras nem tanto. 
Obras de Debret 
(Proteção e Obediência) 

Nessa obra vemos o que parece ser o cortejo de uma família em direção a missa. Esta claro quem é o chefe da família e isso reflete a sociedade patriarcal que formava o Brasil. " O chefe de família conduzia a procissão, organizada cuidadosamente, seguido pelas duas filhas pequenas- perto de sua proteção-, em seguida a sua esposa e, depois, os criados (todos escravos), de acordo com a posição social de cada um: a criada de quarto, a ama de leite carregando a criança por ela amamentada, a servidora doméstica, o criado principal e, finalmente, dois meninos."
É importante destacar que na imagem todos estão calçados, menos os escravos, pois quem era considerado escravo não tinha o direto de calçar um sapato, ou seja, não tinham sua liberdade, e quando calçavam um sapato é porque tinham conseguido sua carta de alforria. 


Nesta obra vemos a condição de trabalho que o escravo era submetido, naquela época era muito comum os fazendeiros fazerem isso para não andar quilômetros, por isso eles se deitavam em uma rede pendurada em bambus e em cada lado do bambu um escravo carregava seu senhor. Vale destacar novamente que os escravos estão descalços, então não tinham conseguido ainda sua liberdade. 


Na obra acima, vemos mulheres negras indo á igreja para serem batizadas. Nessa concepção, é nítido que o catolicismo não é a religião dos escravos vindos da África, mas foram submetidos a fazerem catequese com os jesuítas e por conta disso, começaram a seguir o catolicismo. 
Novamente Debret mostra que por mais que as mulheres representadas na pintura estejam com uma boa vestimenta e com vários acessórios, elas estão com os pés descalços, que significa que elas são escravas e submetidas a um trabalho desumano por algum fazendeiro. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

       Colaboradores: Felipe Moraes, Herica Paola, Osiel Júnior e Júlia Mariana 


   Orgulho do café

  O tema de hoje é sobre o símbolo da produção cafeeira no Brasil, da chegada de mais um produto no nordeste brasileiro, até se tornar a base da economia no séculos 19 e 20. Na procura por terras férteis e boas condições climáticas o seu experimento de produção passou por vários Estados como Maranhão, Bahia, Rio de janeiro, São Paulo, Paraná e Minas gerais.
  Devido ao alto valor de mercado, os governadores do Maranhão e do grão-pará importaram o produto da Guiana Francesa. Em pouco tempo o café passa de produto secundário para de produto base da economia brasileira.
É preciso entender que a produção cafeeira no que diz respeito às terras de cultivo não se deu de forma homogênea durante todo esse período. Um dos Marcos históricos que se fez como divisor de águas foi a queda da bolsa de valores de Nova York. Esse fenômeno afetou também o Brasil, que apesar das políticas governamentais e das "queimadas" das lavouras de café ainda sofreu fortemente com suas perdas em milhares de toneladas.
Com isso grandes propriedades não resistiram dando início a um novo ciclo do café, com pequenos produtores e cooperativas familiares. O café no Brasil resistiu ao tempo e as crises voltando a se fortalecer mundial e ainda hoje se mantém como um dos maiores produtores de café do mundo.
Assim como salienta as fontes documentais de Thomas davatz a mão de obra era inteiramente escrava. Apesar das últimas proposições sobre as famílias europeias e o trabalho livre no Brasil esses cenários se faziam em números irrisórios. Nesse sentido, as mãos que plantavam, que colhiam e que moviam o café eram mãos negras. Mudava-se então o produto, mas não a mão de obra.
   O estado do Paraná por exemplo caracterizou o café durante as décadas de 1940/1970 como "ouro preto" e "ouro Verde". Muito mais que a produção em si, o mesmo simbolizava a riqueza, desenvolvimento das cidades e a modernização. O café para o paranaense se tornou o orgulhoum vínculo que não se apaga das memórias dos cafeicultores como Décio Madureira, ao qual conheceremos logo mais no podcast. O café permaneceu nas memórias, nas raízes e na história do café