quinta-feira, 2 de setembro de 2021

 Madagáscar

A República de Madagascar, é um estado independente localizado na ilha de Madagascar, no sul da Africa em uma ilha costeira separada da África pelo canal de Moçambique.

Madagascar é conhecida também como a Grande Ilha Vermelha por causa de seu rico solo avermelhado, guarda em seu território espécies de animais existentes apenas ali, como os  lêmures e as fossas que fomos familiarizados por suas retratações na animação da  DreamWorks Animation “Madagascar”.

 



 Fossa, mamífero carnívoro, encontrado na ilha de Madagascar, sendo o maior carnívoro mamífero da ilha. Ela se alimenta da maioria das lêmures da região, de outros pequenos roedores e até mesmo alguns répteis e aves.









"Os lêmures só são encontrados na ilha de Madagascar e em algumas pequenas ilhas circundantes como as Comores (embora provavelmente tenham aqui sido introduzidos por humanos). Indícios fósseis indicam que eles atravessaram o mar após Madagascar ter se separado da África".

e também o icônico Zoboomafoo sendo uma das espécies de  lêmures presentes unicamente em Madagascar

 



Podemos começar a história de Madagascar com os primeiros habitantes a chegarem à ilha vindos da Indonésia e se estabeleceram no local. Com o tempo, houveram novas migrações vindas de outros lugares do mundo, principalmente da África dando origem ao povo Malangasy. No século VII árabes criaram as primeiras feitorias ao longo da costa noroeste, dando início a história escrita de Madagascar, em 1500 com as grandes navegações os Europeus tiveram seus primeiros contatos com a ilha. Com isso os portugueses, os franceses, os holandeses e os ingleses, tentaram estabelecer pontos de comércio em Madagascar, porém falharam devido a resistência do povo Malangasy, somente no século XVII os Europeus conseguiram adentar em Madagáscar como realmente queriam, ou quase, o lado leste da ilha nesta época era dominada por piratas que usavam a ilha como base para seus ataques contra navios levando mercadorias da Índia para a Europa, e no outro lado fundava-se o primeiro reino de Madagascar, Os primeiros monarcas governaram o Reino de Merina, localizado no planalto central de Madagascar, antes da união da ilha. A sucessão do trono era baseada na nomeação de um herdeiro pelo monarca reinante, que geralmente eram seus filhos. Antes do século XVI as fontes são primarias e não se sabe ao certo sua veracidade.

  Há crenças populares sobre os antigos reis: Andrianerinerina desceu do céu e se estabeleceu no reino de Anerinerina. Andriananjovanana, Andrianamponga I, Andrianamboniravina, Andriandranolava, Andrianampandrandrandava, Andrianmasinidohafandrana, Rafandrampohy, Andrianmpandramanenitra.

  Rainha Rafohy (1530- 1540), rainha de Imerina, filha da rainha Rangitamanjakatrimovary (Rangita). Tomou posse após a morte da mãe. Depois de Rafohy veio seu filho o Rei Andriamanelo (1540- 1575) ele conquistou e expulsou o Vazimba e estabeleceu o domínio Merina no centro da ilha de Madagascar. Durante seu reinado a fundição de ferro foi descoberta pela primeira vez e usada para a fabricação de armamentos. Após o Rei Andriamanelo veio seu filho o Rei Ralambo (1575-1612). Sendo seu sucessor o Rei Andrianjaka (1612-1630) seu filho da segunda esposa, tendo sucesso com a morte do seu pai após o povo não reconhecer seu irmão mais velho como sucessor, conquistou as 12 colinas sagradas consolidando assim o reino de Merina, estabelecendo sua sede em Analamanga, e fundou Antananarivo a atual capital nacional, recebendo em 625 os primeiros europeus. Trocando escravos por armas. Seu sucessor foi seu filho mais velho o Rei Andriantsitakatrandriana (1630-1650). Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe (1650- 1670) filho mais novo do Rei Andriantsitakatrandriana. Após veio o Rei Andrianjaka Razakatsitakatrandriana,filho mais velho do Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe. O Rei Andriamasinavalona filho adotivo do Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe, dividiu seu reinado em quatro reinos para seus filhos favoritos, e estabeleceu dentro deles principados para os outros filhos. Rei Andriantsimitoviaminandriana filho mais velho do Rei Andriamasinavalona Recebeu Avaradrano como feudo por seu pai, juntamente com Ambohitraina, Ambatomanoina, Ambohitsileo, Fandana, Andrarakasina, Tanjombato, Fandro, Ambohijoky e Hiarandriana. Ele estabeleceu sua capital em Ambohimanga. Tornou-se governante independente de Avaradrano e herdou a maior parte do reino de seu pai em 1710. Brigou com seu irmão, o rei Andrianmanotronavalonimerina, derrotou suas forças e anexou Imandiavato aos seus próprios domínios, tornando-o o governante mais poderoso entre seus irmãos. Rei Andriambelomasina, Rei de Avaradrano e Imerinatsimo. Após Rei Andrianjafynandriamanitra filho mais velho do Rei Andriambelomasina Cansado dos cuidados do governo, ele deixou os assuntos de Estado para seus cortesãos e favoritos, que se aproveitaram de sua fraqueza para acumular fortunas para si e alienar seus súditos. Deposto pelo Príncipe Ramboasalamarazaka durante uma ausência da capital. Retirou-se para Ilafy após não conseguir retomar a cidade.  Rei Imboasalama Andrianampoinimerina, terceiro filho de Andriamiaramanjaka, de Anjafy e Kaloy. Alegou ser nomeado Herdeiro Aparente pelo Rei Andriambelomasina e instigou uma rebelião durante a ausência do Rei Andrianjafy da capital em 1787. Conquistou Antananarivo em 1793 e fez daquela cidade sua capital permanente, depois estendeu sua autoridade a Imamo, Vonizongo, Vakinankaratra e partes de Antsianaka e Ankay. Unificou Imerina sob seu domínio, consolidou o reino e impôs uma forma centralizada de governo.

 Em 1810 os Merinas dominavam quase toda a ilha, coroando Radama I, após a morte de seu pai, governando o reio dos Merinas pelo Tratado Anglo-Merina, Entretanto houve muita resistência por parte de outros povos subjulgados que não o aceitavam como soberano, principalmente os betsileos que estavam com seu reino sob vassalagem de Merina. Por conta disso, o rei teve de enviar expedições militares para apaziguar e reprimir os povos de outras etnias. O rei também fez alianças com britânicos para garantir seu lugar ao trono e conseguir apoio e progresso ao país. Ele ordenou a adoção do alfabeto latino e roteiro, no lugar de árabe. Durante este tempo e com a ajuda do apoio britânico, o exército de Radama tornou-se a força dominante que lhe permitiu unificar a maior parte da ilha por meio da guerra. Ranavalona I sucedendo seu marido  Radama I, ela é muito lembrada por seu exacerbado nacionalismo e autoritarismo frente as potências europeias e ao seu próprio povo. O governo de Ranavalona é conhecido em seu país por ser autoritário e extremamente tradicionalista com perseguição aos cristãos, opositores políticos e missionários na ilha. Ela também foi responsável pela queda drástica da população malgaxe, que em menos de vinte anos decaiu de 2 milhões para 750 mil pessoas. Apesar das polêmicas a rainha é vista também como uma defensora das tradições, tendo criado vários impedimentos perante a colonização de Madagascar por muitos anos. Mesmo com seu repudio ao Ocidente, ela trouxe muitas particularidade dos mesmos para o país como as armas de fogo, vestimentas europeias e o álcool.



"O reinando da rainhapode ser descrito de dois modos. Para os europeus, foi o reinado do terror. Para muitos povos sujeitados, a hegemonia merina também surgiu como um regime de exploração e de tirania. Conhecemos as revoltas das populações e a repressão brutal provocadas por elas. Mas, para muitos de seus súditos, Ranavalona foi um símbolo do nacionalismo malgaxe e um bastião contra as influências estrangeiras, que ameaçavam a cultura e as tradições do país (2013, p. 255-6).

 

Radama II Seu reinado foi marcado pelo fortalecimento das relações malgaxes com franceses e britânicos, assinando vários acordos e dando um início ao processo de industrialização do país. O rei também é muito lembrado pelos malgaxes por ter tido uma política oposta de sua tirana mãe  Ranavalona I , que visavam a liberdade de culto, abertura comercial do país ao estrangeiro e o fim do escambo, introduzindo as primeiras moedas ao país. O soberano foi morto estrangulado em 1863 durante um golpe de estado. Rasoherina. Foi coroada em 30 de agosto de 1863, quatro meses após a morte de seu marido. Durante seu curto reinado de pouco menos de cinco anos, algumas medidas tomadas pelo monarca anterior foram mantidas, bem como certas relações exteriores e a liberdade religiosa, mesmo o poder de fato permaneceu nas mãos do primeiro ministro  Raharo , por quem ela se casaria semanas depois da coroação. O matrimônio com este último foi infeliz e não produziu filhos, já que Raharo era um marido e um chefe de governo tirânico, impondo torturas e execuções aos seus opositores e agredindo verbal e fisicamente á Radoherina. Ranavalona II Ela teve seu reinado marcado pela ascensão do cristianismo no país. Em seu reinado o desmatamento e a caça desenfreada foram controlados, focando na ocidentalização do reino e instituindo apenas construções parecidas com aquela da Europa. Para isso foi inaugurada uma fabrica de tijolos, que no século anterior havia sido proibida pelo rei  Andrianpoininimerina . Ranavalona divulgou muito a cultura europeia para o país, fazendo sua corte utilizar vestimentas e acessórios europeus e fazendo o exército utilizarem as primeiras armas de fogo, ainda que bem primitivas mesmo para a época. Ranavalona III ( Amparibe , 22 de novembro de 1861 - Argel, 23 de maio de 1917) foi a última soberana do Reino de Madagascar. Seu reinado foi marcado pelos contínuos e infrutíferos esforços de resistência aos projetos coloniais do governo francês.

 Em 1864, Rainilaiarivony assumiu o cargo de primeiro-ministro, iniciou um processo modernizador no país, que tinha como objetivo garantir a soberania da ilha. Rainilaiarivony libertou os escravos masombika trazidos do continente, prevendo sua instalação em terras para eles alocadas, reorganizou a justiça, daí em diante confiada a três tribunais, que procederiam à instrução dos processos, ficando a decisão com o primeiro-ministro, promulgou “o Código dos 305 artigos, legislação inovadora que abrange ao mesmo tempo o direito civil, o direito penal e o processo”. Dentre outras medidas que demostravam a vontade de modernização e soberania própria que Rainilaiarivony desejava para Madagascar.

 Em 1883 a França invadiu Madagascar e em 1896 seu controle sobre a ilha era total, tornando Madagascar em uma colônia francesa, sendo usada principalmente em exportação de madeira e de especiarias em particular a baunilha. Os atritas com o povo Malagasy era constante contra os dominantes francesas, porém a independência só veio em 26 de junho de 1960, com Philibert Tsiranana como presidente, já que a França havia adotado u uma política de reforma das instituições, pacificação da população e preparou a ilha em direção à independência. 

  De 1975 a 1993 o tenente da marinha Didier Ratsiraka assume o poder através de um golpe militar, e, três anos depois, está de volta, governando até 2002, quando, em meio a disputas pelo poder, busca exílio na França. Seu rival, Marc Ravalomanana assume a presidência, mas em 2009 é obrigado a entregar o cargo aos militares.

  Após esse breve texto informativo estamos disponibilizando a baixo o link do podcast narrado pela a colaboradora Julia Mariana, tendo a intenção de aabrodar curiosidades e retomar alguns temas que foi abordado no texto para melhor absorção e conclusão do tema apresentado.

Estudar história tem o poder de transformar nossa mente, expandir um conhecimento que achamos concretos e se desprender de tudo aquilo que um dia tomamos como a verdade absoluta.

 

 link do podcast : https://soundcloud.com/fellype-moraes-436940906/madagascar




Colaboradores : Julia Mariana, Felipe Moraes, Osiel Junior, Thaynara Sgorlon 

3 comentários:

  1. A República de Madagascar é o exemplo defendido pela "Organização da Unidade Africana" (OUA), ou seja, a História dos Povos africanos em seu conjunto apresenta-se em uma totalidade que engloba a massa continental e o seu entorno com informações que revelam a História interdisciplinar e sócio-antropológica. A África é muito mais que algumas fronteiras fixadas pela colonização...

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