terça-feira, 13 de dezembro de 2022

 

A cultura indígena paranaense

No Paraná, vivem cerca de 13.300 indígenas. Aproximadamente 70% pertencem ao povo Kaingang (tronco linguístico Macro-Jê) e 30% ao povo Guarani (tronco linguístico Tupi-Guarani).

Há famílias descendentes do povo Xetá (tronco linguístico Tupi-Guarani) e algumas do povo Xokleng (tronco-linguístico Macro-Jê), distribuídas em 23 Terras Indígenas/Aldeias, A cultura indígena está presente em vários aspectos do nosso cotidiano, como por exemplo no nome das cidades como Guarapuava, e também o próprio nome do estado: Paraná que significa "rio caudaloso".













Veja a localização das terras indígenas no estado do Paraná — Foto: Estúdio C / RPC

Podemos estar imersos dentro da cultura indígena, mas muitas vezes não damos conta ou os devidos créditos para a cultura indígena. Exemplos mais próximos que podemos listar é a pipoca, paçoca, pirão, canjica, pamonha, O Tereré ou Erva Mate, danças, pinturas, instrumentos, músicas... E, claro, isso contribui para fazer jovens relembrarem seus ancestrais. Segundo o portalkaingang.org o pinhão, abundante nas vastíssimas florestas de araucária presentes do Sul de Minas Gerais ao centro do Rio Grande do Sul (e também na região de Misiones, Argentina), que coletavam entre os meses de março e maio, e para o qual criaram formas de conservação, como a farinha do pinhão e o "pinhão d'água" ou õkór (os pinhões eram colocados num cesto com tampa e este amarrado a um cipó era colocado em um poço de rio). Também usavam o pinhão para produzir uma de suas bebidas fermentadas.

Da cultura kaingan, podemos tobservar em nosso dia a dia, o palmito, do qual costumavam também fazer farinha, o mel das abelhas indígenas (como o guaraipo, mirim, irapuá, iratim, mandassaia etc), consumido ao natural, mas também usado para produzir a bebida fermentada do Kiki, as frutas silvestres, como a jabuticaba, o guamirim, pitanga, butiá, ariticum, araçá, etc. Entre outras que você pode ver no portalkaingang.org.

 

POVO KAINGANG

 

O ritual do kiki originou-se de acordo com a lenda de que houve uma guerra entre índios e não índios, dois índios se perderam na mata, um Kamé e outro Kairu, cansados os dois índios pararam para descansar e ouviram que um deles iria morrer, logo apareceu mig Fer (cobra de asas) e devorou o Kairu até os ossos, assim sendo o amigo Kamé jurou vingança.

Confeccionou um cesto para levar os resto mortais do amigo, construiu uma casa com folhas de palmeira, deixando uma fresta no teto, algum tempo depois apareceu a Mig Fer e levou flechadas e morreu. O Kamé enterrou o amigo e fez uma fogueira convidando todos em volta da aldeia pra rezar em memória do amigo. Assim surgiu a festa do kiki.

Para preparar a festa, é indispensável que os Kaingangs se pintem especialmente para o ritual, eles se dividem entre eles e cada metade tem sua pintura, os Kamé têm risquinhos e os Kairu tem bolinhas, essa pintura é feita com carvão, os do Kamé é feito com lasca de pinheiro queimado e depois umedecido, já do grupo do Kairu são feitos com madeira sete sangrias, a coloração fica definida assim: Kamé, preto; Kairu, vermelho.

Saber diferenciar as partes complementares é essencial para compreender o ritual kiki também conhecido como Kikikoi, ou em outro entender, culto aos mortos. Há relatos de que a única comunidade a praticar essa festa são os Kaingang da Terra Indígena em Chapecó-SC.

POVO TUPI-GUARANI

O Povo Tupi-Guarani foi um dos primeiros a serem contatados após a chegada dos europeus na América do Sul, cerca de 500 anos atrás.

No Brasil, vivem atualmente cerca de 34.000 índios Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país. No Paraná são 4.000 pessoas, aproximadamente

(IBGE,2010).

Se dividem em três grupos: Kaiowá, Ñhandeva e M’byá, dos quais o maior é o Kaiowá, que significa ‘povo da floresta’.

Entre eles, estão presentes nos discursos cosmológicos, desde o século XVI, referências à Terra Sem Mal que é um lugar indestrutível, morada dos ancestrais, dos deuses, da abundância, das danças, acessível aos vivos onde é possível ascender sem a necessidade de morte. A Terra Sem Mal é, efetivamente, a preocupação dos xamãs guarani. O xamanismo ocupa um espaço central na cosmologia e na construção da sociabilidade Guarani. O xamã – Karaí circula e mantém contato entre o mundo dos vivos, dos mortos, dos espíritos, da natureza etc. É através desse contato com os diversos mundos, que adquirem forças para estabelecer as relações na aldeia.

Os Guarani necessitam do trabalho do xamã para constituir seu universo social. Através de seu trânsito entre as divindades, o xamã adquire conhecimentos e forças para levantar as relações sociais típicas do modo de ser Guarani.

 As cerimônias religiosas eram dirigidas por homens, chamados pajés, mas as mulheres participavam dos rituais como profetisas. Eles davam muita importância aos sonhos e profecias e em época de conflitos e nunca partiam para um combate sem antes ouvir pajé. Acreditavam nos espíritos, principalmente dos parentes mortos.

Muitas vezes enterravam seus mortos dentro desses grandes vasos, que, reutilizados eram transformados nas chamadas urnas funerárias. Eles produziam também objetos de cerâmica, adornos de conchas, de pedras e de penas. Alguns dos objetos de adorno eram usados em atividades sociais coletivas, festas e rituais.

POVO XETÁ

Quando descobertos viviam da caça e de coleta de alimentos, não trabalhavam com a agricultura e nem com cerâmica, e atualmente suas atividades para a subsistência são agricultura, artesanato entre outros, A caça, a construção de habitações e armadilhas, a produção de alguns instrumentos, a segurança e defesa do grupo são atribuições masculinas, enquanto o preparo e distribuição de alimento, transporte da carga e dos alimentos e o cuidado da prole são atribuições femininas. A coleta, tecelagem e cestaria compõem o universo de ambos os sexos

Na Sociedade Xetá, assim como nas demais sociedades tribais no Brasil, homens e mulheres desempenham atividades baseadas na reciprocidade. A organização social se estrutura no sistema de parentesco e na divisão sexual do trabalho. Enquanto algumas atividades são especificamente atribuídas aos homens, outras são somente às mulheres. Simultaneamente ocorrem atividades desempenhadas por ambos os sexos.

É possível destacar que os Xetá geralmente se diferenciavam das outras etnias contidas no estado do paraná, primeiramente por sua fisionomia, possuíam cabelos longos, batoques (discos nos lábios inferiores) e como descreveu Trevisan (1979) em relatos de Albert Vojtech Fric possuíam pés, braços demasiadamente compridos e estatura baixa de aproximadamente 1,60cm. Contudo atualmente a diferenciação se faz mais difícil, principalmente pela miscigenação. Outro aspecto que os diferenciam das outras etnias são seus hábitos de caçadores coletores e não agricultores como os Guarani (pertencentes do mesmo tronco linguístico), fato este que natualmente é possível distinguir, mesmo que sutilmente.

Pode-se notar que as relações dos Xetás estabelecidas com outras etnias como os Guarani e os Kaingang, e principalmente com os homens brancos se caracterizam essencialmente pela violência vinda dos não Xetá, e repressão dos costumes Xetás, o que possivelmente levou a quase total dizimação da presente etnia.

Arcos e flechas eram instrumentos indispensáveis para os Xetá. Na produção de seus artefatos e adornos, os índios utilizavam ossos e dentes de animais. Os ossos da perna de onça eram entalhados e afiados com uma pedra de amolar, transformando-se em formão. Utilizavam-se mandíbulas de roedores para perfurar e escavar madeira, couro, etc.


Podcast sobre a lenda da araucária e a gralha azul: https://on.soundcloud.com/iB9HyiogujR3nqEq6

Há muito, muito tempo atrás, numa época em que o Paraná ainda não era o Paraná, vivia por essas terras um índio chamado Curuaçu, o mais alto e mais

forte guerreiro de sua tribo. Certo dia, ao sair para caçar, Curuaçu encontrou uma onça, que ameaçava atacar a curandeira de uma tribo inimiga, por quem havia se apaixonado. Para salvar a amada, matou a onça. Mas a índia, assustada, desmaiou. Curuaçu tentou socorrê-la. Colocou a curandeira em seus braços. Mas os índios da tribo inimiga, ao encontrarem o caçador, pensaram que ele estava sequestrando a curandeira e revidaram com flechadas, matando-o. O que ninguém esperaria, porém, é que o índio acabaria por se transformar em uma araucária, enquanto sua amada viraria uma galha azul. As gotas de sangue que pingaram de Curuaçu viraram pinhões, que até hoje a gralha azul enterra por aí, espalhando as araucárias pelo mundo.








REFERÊNCIAS

POVOS INDÍGENAS NO PARANÁ, disponível em: https://www.fag.edu.br/upload/ecci/anais/5b91277825603.pdf

 

OS JÊ MERIDIONAIS:KAINGANG E XOKLENG (Laklãnõ), disponível em: http://portalkaingang.org/index_cultura_1.htm

 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

 


O TRÁFICO TRANSATLÂNTICO
E O DRAMA NOS NAVIOS NEGREIROS


trecho do Poema “ Navio negreiro” de Castro Alves
....
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
....
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!


O tráfico negreiro foi uma atividade realizada entre os séculos XV ao XIX. trazia forçadamente africanos para serem escravizados no Brasil e, ao longo de 300 anos dessa prática, quase cinco milhões de africanos desembarcaram aqui. resultando na chegada de milhões de cativos africanos ao Brasil. O Processo migratório transoceânico foi intenso e não pode ser tratado de forma tão simples.

Os escravos eram obtidos na África por meio dos traficantes que compravam prisioneiros de guerra ou sequestravam africanos. eram comprados nas regiões litorâneas da África para serem escravizados no continente europeu e no continente americano.

A principal rota era a transatlântica e os principais fluxos migratórios ocorriam dos países Guiné, congo, angola e Moçambique. Estima-se que cerca de 12,5 milhões de Africanos deixaram a costa Africana na traficância para o Brasil, e cerca de 2,5 milhões de pessoas tenham morrido nesse trajeto.

Eram pessoas que ao serem coagidas e capturadas deixaram para traz: Família, país, cultura, Religião, hobby, profissão, uma historia


As condições do tráfico negreiro
 
 Eram desumanas. Centenas de
pessoas ocupavam espaços reduzidos. 
As viagens duravam dias e semanas e nesse período os escravos não possuíam as vestimentas necessárias, a comida adequada e muito menos a higiene apropriada.
- necessidades básicas em público, com os dejetos a mostra
- comida era pouca e mal higienizada.
"Nos tumbeiros, a mandioca constituía um componente importante da alimentação dos marinheiros e dos a africanos. Dava-se diariamente a cada escravo. nas travessias seiscentistas. 1.8 litros de mandioca. um quinto de a litro de feijão ou milho, farinha feita de em bá (o coquinho da palmeira de dendê), peixe seco e salgado, carne de boi, baleia, hipopótamo ou elefante." (ALENCASTRO, 2000, p. 252)
-
por falta de tecidos em determinado tempo de viagem a nudez ou seminudez poderia prevalecer.
- agressão física, o açoite dentro dos navios.



Acesse nosso podcast: Romance literário e a verdade histórica por Osiel Moreira Júnior 

link: https://on.soundcloud.com/BUFngBEkLiAAnXrK8 


REFERÊNCIAS


ALENCASTRO, Luis Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul São Paulo: Companhia

das Letras, 2000.

RUGENDAS, Johann Moritz. Ilustração "Negros no porão", 1835.

ALVEZ, Castro. Poema "Navio negreiro.

FLORENTINO. Manolo. Em costas negras: uma história do tráfico de escravos entre a Africa e o Rio de Janeiro

(séculos XVIII e XIX). São Paulo: Companhia das Letras, 1997




domingo, 28 de novembro de 2021

Representações de África nos HQ Marvel


 Representações de África nos HQ Marvel 

Ororo Munroe

 

Criada durante a Era do Bronze dos Quadrinhos, tendo sua primeira aparição em Giant-Size X-Men #1 (Maio de 1975). Tempestade (Storm, no original) foi criada pelo roteirista Len Wein e pelo desenhista Dave Cockrum Além de ser a primeira super-heroína negra, ela surge também nas listas dos super-heróis negros mais adorados, assim como uma das mais populares mutantes dos X-Men.

Ororo Munroe (Tempestade) é descendente de uma antiga linhagem real de sacerdotisas africanas sendo sua mãe a princesa N’Dare e seu pai David Munroe um fotojornalista americano que após o casamento foram morar em Nova York, onde Ororo nasceu, mas logo a família se mudou para o Cairo.

 Ela tinha apenas 5 anos quando seus pais foram mortos após um ataque aéreo, ela ficou soterrada após a explosão ao lado do corpo de sua mãe, e carrega traumas desse dia até hoje sofrendo de claustrofobia. Após ficar órfã e desamparada ela vira uma ladra nas ruas do Cairo.

 Aos 12 anos com vontade de explorar sua identidade, Ororo partiu do Cairo rumo a uma grande viagem pela África, os poderes mutantes de Ororo apareceram pela primeira vez quando ela quase morreu de sede no deserto do Saara. Na necessidade extrema, ela descobriu a sua capacidade de controlar o tempo. 

 Em meio a essas aventuras ela conhece T’Challa, o futuro Pantera Negra, no que parecia um sequestro sem pestanejar, ela salvou o garoto usando seus poderes temporais. A dupla não demorou a desenvolver uma forte amizade, mas precisaram seguir por caminhos diferentes. Anos depois, os roteiristas que assumiram a personagem na época da Guerra Civil decidiram recontar essa história para que Ororo fosse salva, como uma donzela indefesa, tendo assim duas versões deste encontro...

 Ororo seguiu então em busca de suas origens e vagou pelos desertos mais uma vez. Agora levando água para quem precisava e salvando povoados de encrenca, chegando à terra de seus antepassados no Quênia. A jovem foi acolhida por uma anciã tribal chamada Ainet, que ensinou a ela a responsabilidade de seus poderes. Ororo passou a ser adorada pelas tribos locais, que a veneravam como deusa da chuva.

Ororo se tornou Tempestade quando aceitou o convite do Professor Xavier para ingressar aos X-Men, Por várias vezes assumiu o papel de líder do grupo graças a sua sabedoria e empatia, em conjunto com o apoio e confiança da equipe.

T’Challa

 Pantera Negra foi criado por Stan Lee e Jack Kirby – dois dos principais quadrinistas de todos os tempos. Tendo sua primeira aparição em uma edição de Quarteto Fantástico (Fantastic Four #52).

 O Pantera Negra é natural de Wakanda. Um país altamente desenvolvido, Wakanda é descrito como uma das nação mais avançada tecnologicamente do planeta. Provavelmente localizada em uma área que fica no noroeste do Quênia, na divisa com a Etiópia, Sudão do Sul e Uganda, às margens do Lago Turkana, embora sua localização exata tenha variado ao longo da história.

Houveram vários Panteras Negras ao longo dos milhares de anos, sendo um título hereditário, mas que precisa ser conquistado, porém o mais conhecido na história é T’Challa, o famoso Pantera Negra, que fez/faz parte de alguns dos principais grupos de super-heróis da Marvel: Vingadores, X-Men, Quarteto Fantástico, Defensores, entre outros.

T‘Challa é filho de T’Chaka e N’Yami que morreu durante o seu parto fazendo com que seu irmão adotivo Hunter viesse a odiá-lo a partir da i, seguindo com o ressentimento do qual T‘Challa herdaria o trono de wakanda por seu o primeiro filho biológico deixando ainda mais conturbado a relação dos dois. T’Chaka, casou-se novamente, mas a terceira esposa, Ramonda – com quem teve uma filha chamada Shuri desapareceu quando T’Challa tinha apenas 8 anos fazendo com que seu pai acreditasse que ela havia fugido com outro homem, décadas depois, T’Challa descobriu que Ramonda não fugiu, ela foi sequestrada e levada de volta para a África do Sul.

 Ainda adolescente, T’Challa viu seu pai ser assassinado por Ulysses Klaw  (o Garra Sônica, físico holandês e assassino que buscava o metal raro Vibranium). Assim foi enviado pelos anciões de Wakanda para estudar todas as artes marciais e de guerra das tribos secretas da África, e também estudou nos melhores colégios (e universidades) da Europa e dos Estados Unidos, onde se formou como físico preparando-o para se tornar o Pantera e assumir o trono.

 E para isso ele teve que derrotar os seis mais poderosos lutadores do país num combate corpo a corpo. Depois disso, completar outras tarefas para se mostrar digno. Se a pessoa for bem sucedida, terá os sucos da Erva em Formato de Coração aplicados ao corpo. Mas se a pessoa não for digna, ou de linhagem real, é dito que ela não sobrevive ao processo.

 Erva coração: lenda diz que a planta é um presente de Bastet, a Deusa Pantera e divindade adorada pelo povo local. Mas não é exatamente isso. A planta cresce apenas em Wakanda, sim. Mas não é um presente de Bastet: Ela é fruto de uma mutação causada por um meteorito gigante de Vibranium, que caiu na Terra tempos atrás.

 A planta estimula o sentido cenestésico humano juntando com um rigoroso treinamento, e a planta ela ainda estimula o senso de orientação do cérebro, e a percepção do corpo. É assim que você pode sentir onde está o galho de uma árvore, ou a ponta de um edifício, e nunca duvidar que os seus dedos vão alcançar. Aumentando sua  Força, estamina, velocidade, durabilidade, agilidade, reflexos, e capacidade de cura.

T’Challa virou Rei de Wakanda e membro dos Vingadores.

Wakanda

Um dos países fictícios mais conhecidos do universo Marvel é Wakanda. Uma nação governada pelo herói Pantera Negra. Fica localizada no continente africano, com mais de 10000 anos. Muitos milhares de anos antes de se tornar Wakanda, essa terra era lar de criaturas místicas conhecidas como Originators. Os humanos logo chegaram a esse local, onde de início a convivência com essas criaturas eram pacificas. Conflitos foram começados pelos Originators após notarem que os humanos estavam abusando dos recursos. Com os humanos perdendo receberam uma ajuda de um deus local o Orisha, expulsando assim os Originators das suas terras.

A terra onde seria Wakanda, foi atingida por um meteorito, por consequência foi criado um metal muito poderoso, conhecido como Vibranium. Assim seriam feitas armas poderosas, mais a radiação do meteorito fez algumas pessoas se transformarem em monstros. Bashenga líder local pediu ajuda do Deus Pantera para enfrentar as criaturas, se tornando então o primeiro Pantera Negra e se tornando governante local. Surge também através da radiação uma erva em formato de coração que é consumida pela Pantera Negra para ter seus poderes.

Tempos depois a nação de Wakanda foi criada, seus povos sempre tinham que protege-la de invasores que por sua maioria iam atrás do Vibranium. Por esse motivo os governantes de Wakan
da decidiram manter uma política isolacionista então mal tinha contato com os demais. Em tempos mais modernos da Marvel o primeiro rei abordado nos quadrinhos foi T’ Chaka que foi morto por Ulysses Klaw, assumindo seu lugar o T’Challa que se tornaria o Pantera Negra mais conhecido da história da Marvel.

Localização

Pequeno pais, localizado no leste africano fazendo fronteira com outros países fictícios como Mohannda, Niganda, Azania e Canaan. E fica perto de países maiores e reais como Quênia, Uganda e Somália. Parte do Lago Vitória conhecido pela língua local de Nyanza situado dentro do território wakandiano. Possui uma grande biodiversidade, contando com savanas e florestas fechadas em seu território. Possui o monte Mena Ngai montanha que obrigam os depósitos de Vibranium. Em sua capital a maior cidade é Birnin Zana.

Politica

A sociedade e governo de Wakanda possui influência da vida tribal. O Pantera Negra sendo o poder central, político e religioso. Mantendo todas as tribos de Wakanda em paz e união garantindo assim o bem-estar de todos. Desde a fundação de Wakanda o Pantera Negra tem passado de geração a geração pela família de Beshanga. Assumindo sempre que um rei morre seu filho, as memorias e conhecimentos dos antepassados também são transferidos ao sucessor. Apesar disso, qualquer cidadão de Wakanda pode desafiar o líder do pais em um combate pelo direito de governar. Nos últimos anos Wakanda se abriu mais para o mundo se tornando uma das nações integrantes da ONU.

Cultura

Wakanda mesmo sendo uma sociedade extremamente avançada tecnologicamente, mantem os laços com a cultura do passado. Então por isso a religião é muito importante na vida dos cidadãos. São cultos a animais, que são derivados da aparência dos deuses do Antigo Egito. O principal de todos o culto a pantera. A diferentes referências a cultura africana nas encontradas no filme Pantera Negra:


Os pratos de lábios das tribos Mursi e Surma. É uma forma de modificação cerimonial do corpo.

A rainha Ramonda usava uma touca distinta, que lembrava dos chapéus de Zulu ou Isicholos. São usados por mulheres casadas para celebrações cerimoniais.

Muitos trajes também com ornamentação única e cheio detalhes, foram para homenagear o estilo do povo Maasai da africa oriental.

Em uma cena Erik Killmonger usa uma mascara, as macascaras são conhecidas como Mgbedike, não diferenciadas pelo tamanho grande e traços masculinos. São utilizadas em rituais dos lgbos, e são feitas para constrastar com as dançarinas mulheres.

O cobertor de Basotho, algumas cenas o W’Kabi e outros são mosntrados usando cobertores Basotho em torno de seues ppescoços. Originalmente les são do povo do Lesoto, mais o desenho é similar ao povo Sesotho.

Shuri e a Dora Milaje tem roupas com colares proeminente. O povo Ndebele do Zimbabue e da Africa do Sul usam anéis de pescoços como parte da vestimenta tracional como demonstração de riqueza e status.

Mutos trajes tem o tom de terra vermelhos, foi utilizadas as cores usadas pelo povo Himba do noroeste da Namibia. Esse povo é conhecido por aplicar uma pasta ocre vermelha, conhecida como Otjize, na pele e no cabelo.

Muitos personagens do filme usam lenços grandes cobrindo sua cabeças e rosto, são semelhantes aos usados pelo povo Tuareg.

A língua oficial de Wakanda é a xhosa, falada por mais de 19 milhoes de pessoas na Africa Austral.

As Dora Milaje

Dora Milaje? Elas representam personagens fictícios que compõem os HQs( historias em quadrinhos). Conhecidas principalmente pelo sucesso estrondoso no filme  Pantera Negra, as guerreiras marcaram presença em outros projetos, como Capitão América: guerra civil e Falcão e o soldado invernal.

Lançando um contraponto com uma história unilateral e eurocêntrica, as Dora Miraje possuem altas habilidades e tecnologia, se tornando uma referência heroica e cultural ao evidenciar mulheres e heroínas fortes e habilidosas.

As aclamadas Dora Miraje eram de um dos reinos mais poderosos Africanos, o reino de Daomé, localizado onde hoje é Benim.

Segundo o Historiador Bienvenei Akora, Tassi Hangbé foi a primeira mulher na fila de sucessão do trono de Daomé. Com a morte do pai, assumiu a frente do exército e depois de duas grandes batalhas foi coroada rainha oficialmente.

Apesar do pouco tempo seu legado foi suficiente para chamar atenção das mulheres do reino. Essa autorizou a caça e a a pesca para as mulheres, atividades antes dominadas por homem. Além de construir um poderoso exército de mulheres guerreiras,

T’Challa e Ororo Monroe

A dupla tem uma história em conjunto com muito romance e desentendimentos, que desde seu primeiro encontro foi contada e recontada de diversas maneiras.

 Como vimos há a versão em que Ororo resgatou T’Challa quando ambos ainda eram adolescentes e a versão na qual Ororo que fosse salva, como uma donzela indefesa. Em ambas historias ao final Ororo se unia aos X-Men, como a heroína Tempestade e T’Challa virava Rei de Wakanda e membro dos Vingadores.

 Ambos seguiram seus caminhos e só se reencontraram em guerra civil no qual os roteiristas juntaram novamente o Rei de Wakanda e a Deusa dos X-Men, desencadeando um casamento repentino no meio do caos que guerra civil se encontrava, na qual herói lutava contra herói.

Pode parecer meio precipitado falar em casamento quando mal falamos em relacionamento… Nem mencionamos namoro… Mas foi assim que aconteceu. Em Black Panther #14, em 2006, T’Challa e Ororo se reencontraram depois de muito tempo, conversaram um pouco e na edição seguinte veio o pedido de casamento.

Na cerimônia, Ororo usou um vestido estonteante, com direito a uma capa com ornamentos tradicionais africanos e rubis. Para ascender ao trono Wakandano, ela precisou até mesmo da benção do Deus Pantera protetor da linhagem real.

 A dupla funcionava muito bem juntos, mas os eventos a seguir fariam que o casal se separasse pois Ororo defenderia os mutantes até o fim, enquanto T’Challa morreria por Wakanda e este seriai o furo que os roteiristas precisavam para conseguir separar o casal anos depois.


Link do podcast  Representatividade negra nos quadrinhos: https://soundcloud.com/fellype-moraes-436940906/representatividade-negra-nos-quadrinhos?si=937d4a6724564b02a29b6a0ae940b882 


quinta-feira, 2 de setembro de 2021

 Madagáscar

A República de Madagascar, é um estado independente localizado na ilha de Madagascar, no sul da Africa em uma ilha costeira separada da África pelo canal de Moçambique.

Madagascar é conhecida também como a Grande Ilha Vermelha por causa de seu rico solo avermelhado, guarda em seu território espécies de animais existentes apenas ali, como os  lêmures e as fossas que fomos familiarizados por suas retratações na animação da  DreamWorks Animation “Madagascar”.

 



 Fossa, mamífero carnívoro, encontrado na ilha de Madagascar, sendo o maior carnívoro mamífero da ilha. Ela se alimenta da maioria das lêmures da região, de outros pequenos roedores e até mesmo alguns répteis e aves.









"Os lêmures só são encontrados na ilha de Madagascar e em algumas pequenas ilhas circundantes como as Comores (embora provavelmente tenham aqui sido introduzidos por humanos). Indícios fósseis indicam que eles atravessaram o mar após Madagascar ter se separado da África".

e também o icônico Zoboomafoo sendo uma das espécies de  lêmures presentes unicamente em Madagascar

 



Podemos começar a história de Madagascar com os primeiros habitantes a chegarem à ilha vindos da Indonésia e se estabeleceram no local. Com o tempo, houveram novas migrações vindas de outros lugares do mundo, principalmente da África dando origem ao povo Malangasy. No século VII árabes criaram as primeiras feitorias ao longo da costa noroeste, dando início a história escrita de Madagascar, em 1500 com as grandes navegações os Europeus tiveram seus primeiros contatos com a ilha. Com isso os portugueses, os franceses, os holandeses e os ingleses, tentaram estabelecer pontos de comércio em Madagascar, porém falharam devido a resistência do povo Malangasy, somente no século XVII os Europeus conseguiram adentar em Madagáscar como realmente queriam, ou quase, o lado leste da ilha nesta época era dominada por piratas que usavam a ilha como base para seus ataques contra navios levando mercadorias da Índia para a Europa, e no outro lado fundava-se o primeiro reino de Madagascar, Os primeiros monarcas governaram o Reino de Merina, localizado no planalto central de Madagascar, antes da união da ilha. A sucessão do trono era baseada na nomeação de um herdeiro pelo monarca reinante, que geralmente eram seus filhos. Antes do século XVI as fontes são primarias e não se sabe ao certo sua veracidade.

  Há crenças populares sobre os antigos reis: Andrianerinerina desceu do céu e se estabeleceu no reino de Anerinerina. Andriananjovanana, Andrianamponga I, Andrianamboniravina, Andriandranolava, Andrianampandrandrandava, Andrianmasinidohafandrana, Rafandrampohy, Andrianmpandramanenitra.

  Rainha Rafohy (1530- 1540), rainha de Imerina, filha da rainha Rangitamanjakatrimovary (Rangita). Tomou posse após a morte da mãe. Depois de Rafohy veio seu filho o Rei Andriamanelo (1540- 1575) ele conquistou e expulsou o Vazimba e estabeleceu o domínio Merina no centro da ilha de Madagascar. Durante seu reinado a fundição de ferro foi descoberta pela primeira vez e usada para a fabricação de armamentos. Após o Rei Andriamanelo veio seu filho o Rei Ralambo (1575-1612). Sendo seu sucessor o Rei Andrianjaka (1612-1630) seu filho da segunda esposa, tendo sucesso com a morte do seu pai após o povo não reconhecer seu irmão mais velho como sucessor, conquistou as 12 colinas sagradas consolidando assim o reino de Merina, estabelecendo sua sede em Analamanga, e fundou Antananarivo a atual capital nacional, recebendo em 625 os primeiros europeus. Trocando escravos por armas. Seu sucessor foi seu filho mais velho o Rei Andriantsitakatrandriana (1630-1650). Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe (1650- 1670) filho mais novo do Rei Andriantsitakatrandriana. Após veio o Rei Andrianjaka Razakatsitakatrandriana,filho mais velho do Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe. O Rei Andriamasinavalona filho adotivo do Rei Andriantsimitoviaminandriandehibe, dividiu seu reinado em quatro reinos para seus filhos favoritos, e estabeleceu dentro deles principados para os outros filhos. Rei Andriantsimitoviaminandriana filho mais velho do Rei Andriamasinavalona Recebeu Avaradrano como feudo por seu pai, juntamente com Ambohitraina, Ambatomanoina, Ambohitsileo, Fandana, Andrarakasina, Tanjombato, Fandro, Ambohijoky e Hiarandriana. Ele estabeleceu sua capital em Ambohimanga. Tornou-se governante independente de Avaradrano e herdou a maior parte do reino de seu pai em 1710. Brigou com seu irmão, o rei Andrianmanotronavalonimerina, derrotou suas forças e anexou Imandiavato aos seus próprios domínios, tornando-o o governante mais poderoso entre seus irmãos. Rei Andriambelomasina, Rei de Avaradrano e Imerinatsimo. Após Rei Andrianjafynandriamanitra filho mais velho do Rei Andriambelomasina Cansado dos cuidados do governo, ele deixou os assuntos de Estado para seus cortesãos e favoritos, que se aproveitaram de sua fraqueza para acumular fortunas para si e alienar seus súditos. Deposto pelo Príncipe Ramboasalamarazaka durante uma ausência da capital. Retirou-se para Ilafy após não conseguir retomar a cidade.  Rei Imboasalama Andrianampoinimerina, terceiro filho de Andriamiaramanjaka, de Anjafy e Kaloy. Alegou ser nomeado Herdeiro Aparente pelo Rei Andriambelomasina e instigou uma rebelião durante a ausência do Rei Andrianjafy da capital em 1787. Conquistou Antananarivo em 1793 e fez daquela cidade sua capital permanente, depois estendeu sua autoridade a Imamo, Vonizongo, Vakinankaratra e partes de Antsianaka e Ankay. Unificou Imerina sob seu domínio, consolidou o reino e impôs uma forma centralizada de governo.

 Em 1810 os Merinas dominavam quase toda a ilha, coroando Radama I, após a morte de seu pai, governando o reio dos Merinas pelo Tratado Anglo-Merina, Entretanto houve muita resistência por parte de outros povos subjulgados que não o aceitavam como soberano, principalmente os betsileos que estavam com seu reino sob vassalagem de Merina. Por conta disso, o rei teve de enviar expedições militares para apaziguar e reprimir os povos de outras etnias. O rei também fez alianças com britânicos para garantir seu lugar ao trono e conseguir apoio e progresso ao país. Ele ordenou a adoção do alfabeto latino e roteiro, no lugar de árabe. Durante este tempo e com a ajuda do apoio britânico, o exército de Radama tornou-se a força dominante que lhe permitiu unificar a maior parte da ilha por meio da guerra. Ranavalona I sucedendo seu marido  Radama I, ela é muito lembrada por seu exacerbado nacionalismo e autoritarismo frente as potências europeias e ao seu próprio povo. O governo de Ranavalona é conhecido em seu país por ser autoritário e extremamente tradicionalista com perseguição aos cristãos, opositores políticos e missionários na ilha. Ela também foi responsável pela queda drástica da população malgaxe, que em menos de vinte anos decaiu de 2 milhões para 750 mil pessoas. Apesar das polêmicas a rainha é vista também como uma defensora das tradições, tendo criado vários impedimentos perante a colonização de Madagascar por muitos anos. Mesmo com seu repudio ao Ocidente, ela trouxe muitas particularidade dos mesmos para o país como as armas de fogo, vestimentas europeias e o álcool.



"O reinando da rainhapode ser descrito de dois modos. Para os europeus, foi o reinado do terror. Para muitos povos sujeitados, a hegemonia merina também surgiu como um regime de exploração e de tirania. Conhecemos as revoltas das populações e a repressão brutal provocadas por elas. Mas, para muitos de seus súditos, Ranavalona foi um símbolo do nacionalismo malgaxe e um bastião contra as influências estrangeiras, que ameaçavam a cultura e as tradições do país (2013, p. 255-6).

 

Radama II Seu reinado foi marcado pelo fortalecimento das relações malgaxes com franceses e britânicos, assinando vários acordos e dando um início ao processo de industrialização do país. O rei também é muito lembrado pelos malgaxes por ter tido uma política oposta de sua tirana mãe  Ranavalona I , que visavam a liberdade de culto, abertura comercial do país ao estrangeiro e o fim do escambo, introduzindo as primeiras moedas ao país. O soberano foi morto estrangulado em 1863 durante um golpe de estado. Rasoherina. Foi coroada em 30 de agosto de 1863, quatro meses após a morte de seu marido. Durante seu curto reinado de pouco menos de cinco anos, algumas medidas tomadas pelo monarca anterior foram mantidas, bem como certas relações exteriores e a liberdade religiosa, mesmo o poder de fato permaneceu nas mãos do primeiro ministro  Raharo , por quem ela se casaria semanas depois da coroação. O matrimônio com este último foi infeliz e não produziu filhos, já que Raharo era um marido e um chefe de governo tirânico, impondo torturas e execuções aos seus opositores e agredindo verbal e fisicamente á Radoherina. Ranavalona II Ela teve seu reinado marcado pela ascensão do cristianismo no país. Em seu reinado o desmatamento e a caça desenfreada foram controlados, focando na ocidentalização do reino e instituindo apenas construções parecidas com aquela da Europa. Para isso foi inaugurada uma fabrica de tijolos, que no século anterior havia sido proibida pelo rei  Andrianpoininimerina . Ranavalona divulgou muito a cultura europeia para o país, fazendo sua corte utilizar vestimentas e acessórios europeus e fazendo o exército utilizarem as primeiras armas de fogo, ainda que bem primitivas mesmo para a época. Ranavalona III ( Amparibe , 22 de novembro de 1861 - Argel, 23 de maio de 1917) foi a última soberana do Reino de Madagascar. Seu reinado foi marcado pelos contínuos e infrutíferos esforços de resistência aos projetos coloniais do governo francês.

 Em 1864, Rainilaiarivony assumiu o cargo de primeiro-ministro, iniciou um processo modernizador no país, que tinha como objetivo garantir a soberania da ilha. Rainilaiarivony libertou os escravos masombika trazidos do continente, prevendo sua instalação em terras para eles alocadas, reorganizou a justiça, daí em diante confiada a três tribunais, que procederiam à instrução dos processos, ficando a decisão com o primeiro-ministro, promulgou “o Código dos 305 artigos, legislação inovadora que abrange ao mesmo tempo o direito civil, o direito penal e o processo”. Dentre outras medidas que demostravam a vontade de modernização e soberania própria que Rainilaiarivony desejava para Madagascar.

 Em 1883 a França invadiu Madagascar e em 1896 seu controle sobre a ilha era total, tornando Madagascar em uma colônia francesa, sendo usada principalmente em exportação de madeira e de especiarias em particular a baunilha. Os atritas com o povo Malagasy era constante contra os dominantes francesas, porém a independência só veio em 26 de junho de 1960, com Philibert Tsiranana como presidente, já que a França havia adotado u uma política de reforma das instituições, pacificação da população e preparou a ilha em direção à independência. 

  De 1975 a 1993 o tenente da marinha Didier Ratsiraka assume o poder através de um golpe militar, e, três anos depois, está de volta, governando até 2002, quando, em meio a disputas pelo poder, busca exílio na França. Seu rival, Marc Ravalomanana assume a presidência, mas em 2009 é obrigado a entregar o cargo aos militares.

  Após esse breve texto informativo estamos disponibilizando a baixo o link do podcast narrado pela a colaboradora Julia Mariana, tendo a intenção de aabrodar curiosidades e retomar alguns temas que foi abordado no texto para melhor absorção e conclusão do tema apresentado.

Estudar história tem o poder de transformar nossa mente, expandir um conhecimento que achamos concretos e se desprender de tudo aquilo que um dia tomamos como a verdade absoluta.

 

 link do podcast : https://soundcloud.com/fellype-moraes-436940906/madagascar




Colaboradores : Julia Mariana, Felipe Moraes, Osiel Junior, Thaynara Sgorlon 

domingo, 15 de dezembro de 2019

Jean- Baptiste Debret
Jean- Baptiste Debret nasceu em 18 de abril de 1768 e foi um grande desenhista, pintor, gravador e professor francês. Junto com outros membros, ele integrou a Missão Artística Francesa ao Brasil, organizado por Dom João VI, e seu trabalho consistia em relatar o cotidiano no Brasil e também sua fauna e flora. Ele chegou ao Brasil em março de 1816 e permaneceu ate 1831. 
Essa convocação de artistas para o Brasil ocorreu porque naquela época o país estava em formação e precisavam de pessoas que ensinassem arte e também fundar a Academia Imperial de Belas Artes em terras brasileiras. Em suas diversas obras, Debret deixou registrado o contexto de famílias naquela sociedade patriarcal e os diferentes abusos sofridos pelos escravos no Brasil colonial, retratando com o máximo de detalhes e fidelidade essas cenas ocorridas no cotidiano. Nessas obras podemos ver a visão que Debret tinha perante o Brasil, algumas agradáveis e outras nem tanto. 
Obras de Debret 
(Proteção e Obediência) 

Nessa obra vemos o que parece ser o cortejo de uma família em direção a missa. Esta claro quem é o chefe da família e isso reflete a sociedade patriarcal que formava o Brasil. " O chefe de família conduzia a procissão, organizada cuidadosamente, seguido pelas duas filhas pequenas- perto de sua proteção-, em seguida a sua esposa e, depois, os criados (todos escravos), de acordo com a posição social de cada um: a criada de quarto, a ama de leite carregando a criança por ela amamentada, a servidora doméstica, o criado principal e, finalmente, dois meninos."
É importante destacar que na imagem todos estão calçados, menos os escravos, pois quem era considerado escravo não tinha o direto de calçar um sapato, ou seja, não tinham sua liberdade, e quando calçavam um sapato é porque tinham conseguido sua carta de alforria. 


Nesta obra vemos a condição de trabalho que o escravo era submetido, naquela época era muito comum os fazendeiros fazerem isso para não andar quilômetros, por isso eles se deitavam em uma rede pendurada em bambus e em cada lado do bambu um escravo carregava seu senhor. Vale destacar novamente que os escravos estão descalços, então não tinham conseguido ainda sua liberdade. 


Na obra acima, vemos mulheres negras indo á igreja para serem batizadas. Nessa concepção, é nítido que o catolicismo não é a religião dos escravos vindos da África, mas foram submetidos a fazerem catequese com os jesuítas e por conta disso, começaram a seguir o catolicismo. 
Novamente Debret mostra que por mais que as mulheres representadas na pintura estejam com uma boa vestimenta e com vários acessórios, elas estão com os pés descalços, que significa que elas são escravas e submetidas a um trabalho desumano por algum fazendeiro. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

       Colaboradores: Felipe Moraes, Herica Paola, Osiel Júnior e Júlia Mariana 


   Orgulho do café

  O tema de hoje é sobre o símbolo da produção cafeeira no Brasil, da chegada de mais um produto no nordeste brasileiro, até se tornar a base da economia no séculos 19 e 20. Na procura por terras férteis e boas condições climáticas o seu experimento de produção passou por vários Estados como Maranhão, Bahia, Rio de janeiro, São Paulo, Paraná e Minas gerais.
  Devido ao alto valor de mercado, os governadores do Maranhão e do grão-pará importaram o produto da Guiana Francesa. Em pouco tempo o café passa de produto secundário para de produto base da economia brasileira.
É preciso entender que a produção cafeeira no que diz respeito às terras de cultivo não se deu de forma homogênea durante todo esse período. Um dos Marcos históricos que se fez como divisor de águas foi a queda da bolsa de valores de Nova York. Esse fenômeno afetou também o Brasil, que apesar das políticas governamentais e das "queimadas" das lavouras de café ainda sofreu fortemente com suas perdas em milhares de toneladas.
Com isso grandes propriedades não resistiram dando início a um novo ciclo do café, com pequenos produtores e cooperativas familiares. O café no Brasil resistiu ao tempo e as crises voltando a se fortalecer mundial e ainda hoje se mantém como um dos maiores produtores de café do mundo.
Assim como salienta as fontes documentais de Thomas davatz a mão de obra era inteiramente escrava. Apesar das últimas proposições sobre as famílias europeias e o trabalho livre no Brasil esses cenários se faziam em números irrisórios. Nesse sentido, as mãos que plantavam, que colhiam e que moviam o café eram mãos negras. Mudava-se então o produto, mas não a mão de obra.
   O estado do Paraná por exemplo caracterizou o café durante as décadas de 1940/1970 como "ouro preto" e "ouro Verde". Muito mais que a produção em si, o mesmo simbolizava a riqueza, desenvolvimento das cidades e a modernização. O café para o paranaense se tornou o orgulhoum vínculo que não se apaga das memórias dos cafeicultores como Décio Madureira, ao qual conheceremos logo mais no podcast. O café permaneceu nas memórias, nas raízes e na história do café 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019


Colaboradores: Felipe Moraes, Herica Paola, Osiel Júnior e Júlia Mariana 

… estarei pronto para dar graças a Deus pela via penosa através da qual Ele me conduziu e que me fez conhecer a verdadeira situação em que se acham os colonos. (Davatz, 1850, p. 40)




      Colheita do Café, 1984 de Manoel Costa (Brazil,1943) óleo sobre Eucatex, 55 x 46 cm



Escravidão x Trabalho livre no meio rural.

Senta que  vem historia:
    Hoje falaremos sobre a escravidão, a temida escravidão 
Mesmo “abolida” deixou rastros inesquecíveis e irreparáveis.Até nos dias atuais podemos ver como negros e índios ainda são,a maioria, discriminados pela população.
A partir da obra de Thomas Davatz – Memórias de um Colono no Brasil, podemos ver o contexto da escravidão brasileira, e também compara-la com os dias de hoje. A obra de Davatz é, a-pesar-de seu valor, quase desconhecida da maioria dos estudiosos. Obra traduzida por Sergio Buarque de Holanda nos revela diversos conceitos nos quais escolhemos um para falar hoje: As condições de trabalho dos escravos e como era a produção agrícola/rural no século XIX.
O autor inicia sua crítica estabelecendo certas condições brasileiras, dando como exemplos algumas plantações e suas colheitas, como o arroz, a abobora, o feijão entre outras. Ele menciona também o clima referente a região brasileira e como isso ajudava no desenvolvimento da população. Mas, sua crítica se baseia nas condições que os trabalhadores tinham na parte rural da cidade e também suas precárias moradias, em sua obra Davatz cita um evento que tinha ocorria nas colônias: “A simples queixa de um colono sobre a injustiça que contra ele praticarem os chefes pode resultar multas para o queixoso. Em resultado desses regulamentos arbitrários, chegou-se a exigir dos imigrantes em certa colônia que fizessem serviços de limpeza em uma estrada. Como eles não quisessem cumprir essa ordem descabida foi-lhes imposta pelas autoridades a multa de dois mil reis, que logo subiu até a doze ou quinze mil reis, porque os colonos não dispunha de dinheiro para pagar imediatamente a soma cobrada e porque o seu patrão só decidiu pagá-la quando ela chegou a tanto” (Davatz, 1850, p. 80). Ou seja, eles eram escravos, mas sendo recompensados com uma miséria. Isso sem falar do maus-tratos, torturas
A lavoura cafeeira se constituía a principal atividade agrícola do pais exigindo então uma grande demanda de mão de obra o que fez então a população livre do pais e também colonos europeus a também participar dessa mão de obra que até então era só escrava. E como substitutos de mão de obra escrava se tinha, uma moradia de assalariados em uma fazenda, onde os imigrantes trabalhavam em benefício próprio e ainda tinha uma moradia. A partir disso podemos ver o quanto a cor da pele faz com que haja injustiça, os “escravos brancos” exercia, às vezes, as mesmas funções e suas condições eram “em parte” melhores que as do escravo negro.
Mesmo com a proibição do tráfico negreiro, mesmo o negro ganhando sua liberdade, o negro, AINDA ficou sendo desrespeitado tanto na época relatada (XIX), e até hoje.


Veja também nosso podcast logo adiante, que retrata sobre a importância das cotas na atualidade, como ela é vista pela sociedade e em como a escravidão se relaciona com esse tema. (Link abaixo 👇🏽👇🏽👇🏽)




Referências: 







Colaboradores: Felipe Moraes, Herica Paola, Osiel Júnior e Júlia Mariana